Não pulemos deste barco!

Eu enterrarei seu corpo na areia dourada da praia, naquela ilha onde todos os barcos sempre rumam, acredita no que digo? Eu enterrarei e depois serei enterrado, juro que farei isso meu camarada, sem falta. É a palavra de honra que me rege. Lhe imploro que não se jogue! O próximo que vier também fará … Continue lendo Não pulemos deste barco!

Culto da praça

Tenho medo da noite... Medo do que não é noite... Franz Kafka Heloísa e sua filha faziam um pequeno culto numa manhã nublada de sexta, na praça dos eucaliptos. A praça em frente ao banco do Brasil, fila enorme do lado de fora. Na rua que dividia o banco da praça, carros e rostos estranhos … Continue lendo Culto da praça

Capítulos inteiros

Ainda choro capítulos inteiros de um mesmo livro que sempre deixei por inacabado... Terminar? Embora relutasse... Tentei tentei, mas todavia me era inalcançável e assim ficou... Era como um atolamento sem fim! Pensamentos perplexos que nunca desejaram deixar-me. "Porquê afoguei-me, por quê afogar-me se a suavidade da superfície é tão branda e macia?" Fazia-se noite … Continue lendo Capítulos inteiros

Agulhas pelo chão

As palavras são manchas desnecessárias sob o silêncio e o nada... Samuel Beckett O homem magro e meio pálido possuía os ossos do rosto bem destacados e salientes. Todos os dias ao varrer a casa apressadamente, tinha, dentre várias outras, uma intensa fixação recorrente que lhe invadia até que fosse terminada toda aquela atividade diária: … Continue lendo Agulhas pelo chão

Lonxeloy no mar Báltico, passei por Munique.

Munique, 4 de agosto de 1960. Pelo quarto dia aqui em Munique, me sinto bem. O velho Lonxeloy está ancorado no litoral báltico a quase mil e trezentos quilômetros daqui, juntamente com o comandante que ficou hospedado por lá mesmo, e mais quatro de nossos companheiros. Somos treze no total, sendo três mulheres. Imagino que … Continue lendo Lonxeloy no mar Báltico, passei por Munique.