
Dois cavalheiros dispostos, luar reluzente na trêmula água… Campos distantes, cidades vazias e abandonadas… Casinhas sem ninguém que falam para ninguém a história do seu mudo silêncio. Os dois homens pararam sozinho no vazio noturno. Deveriam fugir feito idiotas? Gritar alguma coisa? A procissão se aproxima, a mórbida procissão se aproxima! Aqui, logo aqui, uma zona de transição infestada. Infestação anômala de alguma patologia desconhecida… É a doença dos pensamentos, é a doença de longe, no descuido ela ataca. Olhando ao redor… É algo que mesmo forçando é difícil de acreditar. A procissão vem seguindo, a mórbida procissão vem chegando! Passou agora na rua de baixo e vai sempre descendo um pouco ainda mais abaixo. E esse hino que cessa e depois recomeça? De morte ou algo que está já no fim? Os dois ouviram o som da multidão, não houve um escape. Ruptura total. A mórbida procissão conta agora com mais dois. Por onde passa arrasta muitos consigo. Uma canção que canta e não consegue parar. É como um sonho ruim, um devaneio horroroso. Luar que tremula na água corrente logo abaixo. Eterna procissão que sussura algo que prende, que dói e atormenta. É como uma multidão que compõe um exército. Não param, não param… Parece ser inconcebível parar…
História de dois cavalheiros, esse conto é bem interessante, imagino eles vagando por cidades e áreas vazias como se fosse só eles no mundo, é uma sensação que só se vivendo vai saber como é. Amei seu conto!!!
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Grato ❤️❤️❤️❤️❤️
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